Neste estudo abrangente, Mariana Gray de Castro propõe que William Shakespeare foi a mais importante influência literária de Fernando Pessoa, ensinando-o a inventar os heterónimos. Com base nas ideias de Pessoa sobre o génio, a aparente invisibilidade, a possível loucura, e a sexualidade ambígua de Shakespeare, a autora faz uso dos textos que Pessoa escreveu sobre o seu ídolo, muitos deles inéditos, bem como de anotações dentro dos seus livros shakespearianos, para mostrar como e por que motivos Shakespeare é a grande presença que subjaz à heteronímia. A sua iluminadora abordagem "shakespeariana" ao centro do universo pessoano enriquece o nosso conhecimento, e aumenta a nossa admiração, pela obra destes dois gigantes da literatura. "Como uma boa detetive literária, Mariana Gray de Castro procurou - e descobriu - por que Fernando Pessoa se interessou tanto pela controvérsia da autoria da obra shakespeariana, pelo génio de Shakespeare e pela sua possível loucura, e ainda pela sua presumida 'inversão'sexual, e revela o que tudo isto teve a ver com a invenção dos heterónimos. Pessoa, que adorava histórias policiais e escreveu várias, teria gostado." RICHARD ZENITH