Depois de catorze anos de serviço na Chancelaria e de mais quinze anos de exclusão dos assuntos da República de Florença, Nicolau Maquiavel começou a estabelecer uma teoria da ambição que se desenvolveu de acordo com as regras de um método revolucionário. Este método, tão exigente, selecciona e analisa, organiza e põe em prática noções retiradas da experiência do seu tempo e da história dos Antigos. Esta teoria da ambição descarta os modelos clássicos e negligencia os filósofos e teólogos que se esforçaram por conciliar a arte de governar os homens com a ética racional e o Evangelho. A teoria da ambição de Maquiavel preocupa-se apenas com o que está relacionado com o bem público e a preservação do Estado. Alimenta-se também da substância histórica e da experiência vivida, baseada num confronto constante entre o presente e o passado.